Instituto Brasileiro de Museus

Museu Casa Benjamin Constant

Museu Benjamin Constant e Museu da República no XII Encontro de História da Arte na UNICAMP-SP

Um evento que ocorreu em dezembro/2017 e que não podemos deixar de registrar foi a participação de nosso historiador Marcos de Brum Lopes, em parceria com o museólogo Andre Andion Angulo, do Museu da República, no XII Encontro de História da Arte, cujo tema foi “Os silêncios na História da Arte“.

publicado: 12/07/2018 13h09, última modificação: 05/11/2019 10h28
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Um evento que ocorreu em dezembro/2017 e que não podemos deixar de registrar foi a participação de nosso historiador Marcos de Brum Lopes, em parceria com o museólogo Andre Andion Angulo, do Museu da República, no XII Encontro de História da Arte, cujo tema foi “Os silêncios na História da Arte“. Organizado pelo Centro de História da Arte e Arqueologia da Universidade Estadual de Campinas – CHAA/UNICAMP â€“ no período de 04 a 07 de dezembro de 2017, versou sobre o silêncio nos discursos, nos tratados retóricos, na arte, na filosofia e nos escritos religiosos, entre outros, o silêncio e os sujeitos da história, a expressão e a função do silêncio na literatura, na historiografia e nas artes, entre outros tópicos.

A apresentação do trabalho durante o XII Encontro de História da Arte
com Marcos Lopes (de barba) ao centro, ao lado de André Angulo (de camisa branca).

Marcos e André não perderam a chance e submeter à análise do evento um trabalho realizado em paralelo às sua pesquisas no Templo Positivista â€“ ou Igreja Positivista do Brasil – IPB â€“ sobre o ostracismo a que foram relegadas algumas obras de arte, como por exemplo as produzidas pelos artistas Eduardo de Sá e Décio Villares, considerados os maiores expoentes da representação plástica da filosofia Positivista. O trabalho entitulado “Templo de silêncios: as obras de arte de Eduardo de Sá e Décio Villares na Igreja Positivista do Brasil“, foi selecionado e os dois pesquisadores foram até Campinas apresentar sua tese.Em resumo, o trabalho evidencia que a rejeição sofrida pelos dois artistas foi fruto de suas filiações à doutrina de Augusto Comte. No entanto, seus talentos e a capacidade de articulação dos positivistas, enquanto grupo político, estão registrados em vários monumentos públicos. Algumas obras, porém, permaneceram circunscritas à ortodoxia da Igreja Positivista do Brasil, pois foram feitas para compor a iconografia do Templo da Humanidade e, portanto, ficaram fora de um circuito social mais amplo. Segundo a apresentação do estudo “(…)propomos um salto no tempo para considerar o atual estado dessas obras, desde o acidente sofrido pela Igreja Positivista em 2009, quando parte de seu telhado ruiu, até hoje, quando a instituição começa a se reerguer tanto arquitetonicamente quanto culturalmente, sendo esse um esforço para se projetar novamente no espaço público e superar, no século XXI, os silêncios aos quais se viu submetida“.

José Bonifácio idealiza a bandeira, em quadro do pintor Eduardo de Sá

E indicam seus objetivos com o trabalho:“1) Apontar alguns episódios da trajetória dos artistas e das suas obras, lendo o silenciamento em torno da sua produção como indicador de posições políticas;
2) Chamar a atenção para os problemas atuais de preservação do acervo histórico da Igreja Positivista do Brasil, que consiste num conjunto documental de grande importância para a história do Brasil, reconhecido, inclusive, pelo Projeto Memória do Mundo, da UNESCO;
3) Retomar o debate público sobre símbolos que pretenderam conferir uma identidade à experiência nacional republicana
“.Temos certeza de que tal trabalho vem trazer novas luzes sobre um assunto muito pouco discutido, quer seja sob o aspecto da arte, ou sob o aspecto da história.